Depois a Louca Sou Eu | Crítica

Depois a Louca Sou Eu | Crítica

Chega aos cinemas hoje (25), “Depois a Louca sou eu”, dramédia dirigida por Julia Rezende (Meu Passado me Condena), e protagonizado por Débora Fallabela.

Baseado no livro homônimo de Tati Bernardi, acompanhamos a personagem Dani que lida com crises de ansiedade desde a infância, junto a uma mãe superprotetora, que sempre que possível está presente em sua vida. Agora adulta ela irá atrás de todos os modos possíveis para se compreender, mesmo que custe frequentar e consumir todos os tipos de terapia e medicações.

Nesse roteiro aparentemente clichê, somos envoltos a um enredo profundamente atual, dadas as circunstâncias pandêmicas no mundo, onde infelizmente a ansiedade tem se desenvolvido mesmo em pessoas que nunca passaram por tais crises. Com um toque de comédia e excessos, o reconhecimento de algumas das situações abordadas é quase que imediato.

A parte técnica é muito bem desenvolvida e premeditada, desde a fotografia exaltando as cores verde e vermelho, que possui seus significados além do simples fato de se destacar em cena, como o uso de animação para momentos mais lúdicos e os focos intencionados, dando ainda mais evidência as reações em algumas cenas.

Débora Falabella encarna uma personagem demasiada à sua maneira, de modo brilhante e surpreendente sem se tornar piegas, os exageros fazem parte do contexto, e acabam se tornando coerentes ao metaforizar os efeitos e consequências do que está passando.

O interessante desse longa é que em muitos momentos ele poderia partir para o caricato, exagerar no tom cômico, inserir um ápice dramático desnecessário ou pesar a mão ao romance, o que de fato é o que acontece em 80% das comédias nacionais, porém, de modo inteligente a diretora Julia Rezende sabe do quão sério é o assunto que ela está abordando, e deixa em cargo dos acontecimentos e a identificação junto ao público que julgue o que de fato é engraçado, sem aquela obrigação de rir de um cena catastrófica ou com pífios alívios cômicos que te forçam sorrir, mesmo com desconforto.

Enfim, a angustiante jornada de uma mulher com seus problemas, que a todo momento tenta se entender e procurar ajuda, pode sim te fazer dar boas risadas, e talvez até refletir sobre o como conduzir a vida.