Crítica: Wasp Network – Rede de Espiões | Netflix

Crítica: Wasp Network – Rede de Espiões | Netflix

O filme “Wasp Network – Rede de Espiões”, recém lançado na Netflix é dirigido pelo francês Olivier Assayas e inspirado no livro “Os Últimos Soldados da Guerra Fria: nove anos depois”, de Fernando Morais.

A trama, baseada em uma história real, se passa nos anos 1990, quando espiões cubanos foram infiltrados nos Estados Unidos, através da FNCA, buscando informações que ameaçassem o governo de Fidel Castro em Cuba. A FCNA (Fundação Nacional Cubano-Americana), era um órgão que cuidava de cubanos que chegavam ao país americano fugindo da ilha, mas também organizava protestos e ações contra os irmãos Castro, financiados pelo tráfico de cocaína da Colômbia para a América.

Estados Unidos e Cuba se tornaram inimigos no final da década de 1960, com a Revolução Cubana, quando o país se alinhou a ideologia socialista da União Soviética. Esse fato causou grandes impactos financeiros à Cuba, já que os americanos criaram embargos ao país liderado por Castro. Mas o fato começou a impactar de forma mais cruel no final da década de 1980, com a derrocada da União Soviética, que resultou em uma crise incontrolável em Cuba, já que os Estados Unidos buscava maneiras de punir qualquer empresa que negociasse com o rival, essa atitude gerou muita pobreza no país, causando escassez de suprimentos básicos.

Neste cenário, surge René (Edgar Ramirez), um piloto de avião que foge de Cuba, rumo aos EUA, abandonando a esposa Olga (Penélope Cruz), e a filha. Ao chegar, logo começa a prestar serviços para a FCNA, e busca entender o mecanismo da organização. Logo após, desembarca também no país americano, Pablo Roque (Wagner Moura), ex-militar cubano, que chega até a base de Guantánamo, nadando, após desertar, o que o torna famoso na América. Pablo se casa com Ana Margarita (Ana de Armas), com quem passa a viver um relacionamento raso e cheio de segredos. Além deles, Gerardo Hernández (Gael Garcia Bernal), também participa da espionagem, que logo ganha ares dramáticos.

O filme que possui um elenco de peso, não consegue se segurar no roteiro, apresentando uma narrativa arrastada em alguns momentos, sem cenas de ação ou impacto que prendam e atraiam o espectador, deixando a sensação de que falta algo. Apesar disso, o filme funciona bem como conteúdo histórico, e traz em alguns momentos imagens reais da época, para reforçar que tudo que é retratado aconteceu realmente.

Destaque para Wagner Moura e Ana de Armas, que novamente se apresentam juntos com muita química e entrosamento.