“Coringa” | Crítica

“Coringa” | Crítica

Coringa é uma obra-prima! Um dos filmes mais esperados do ano finalmente chega às telonas com um hype altíssimo e, de fato é imperdível. Perturbador e assustadoramente violento o longa apresenta uma história original de um dos maiores personagens das HQs.

O filme é intrigante, tenso e original. Apesar das referências em um ponto aqui e outro ali, a história foi completamente reconstruída para a criação de um novo vilão, nunca antes visto nos cinemas.

O diretor Todd Phillips (“Se Beber, Não Case“) não tem medo ao entregar um roteiro transgressor, anarquista e até meio irresponsável. Não à toa dividiu opiniões em críticas nacionais e internacionais, que acharam o filme como um estímulo a violência e formação de novos Coringas na sociedade.

(Imagem: Divulgação/Warner Bros.)

O filme consegue criar um clima de tensão do início ao fim, já que é impossível prever o próximo passo do Palhaço do Crime. Até porque, nenhuma palavra poderia descrever melhor o Coringa do que “imprevisibilidade”.

E ninguém melhor do que Joaquin Phoenix para incorporar um personagem tão complexo e controverso. Ele está impecável, a melhor atuação da sua carreira e uma das maiores da última década.

O ator já ganharia destaque pela sua absurda transformação física, onde perdeu 23kg para o papel, e pela risada inquietante, baseada em pessoas que sofrem de um transtorno neurológico que riem incontrolavelmente, mas vai muito além. Phoenix incorpora perfis distintos, que permeiam a loucura a todo momento.

(Imagem: Divulgação/Warner Bros.)

O Coringa de Phoenix não tem nenhum pudor. É um louco insano, mas também um reflexo do que a sociedade lhe impõe. Antes de Arthur Fleck se tornar o Coringa ele foi um renegado, um excluído social, marginalizado pela sociedade em uma vida cheia de problemas familiares, psicológicos e de bullying.

Phoenix é o reflexo da arte. É convincente e impactante com seus trejeitos, olhares e passos coreografados.

O filme faz também uma crítica explícita aos poderosos, a opressão e a desigualdade social e de como todos esses elementos podem espalhar Coringas por aí.

(Imagem: Divulgação/Warner Bros.)

É impossível também passar batido a excelente trilha sonora, que carrega o filme nos momentos de tensão e horror. Ao figurino, que a todo tempo remete a cores fortes e que vão de encontro ao personagem e a construção do palhaço em si. E também a direção de arte, que recria uma Gotham de época com grande primor, seja por meio dos carros e prédios antigos.

A história ainda tem tempo de passar, mesmo que minimamente, a origem do Batman. Recriando fatos da vida de Thomas Wayne (Brett Cullen) e até com aparições do jovem Bruce Wayne (Dante Pereira-Olson).

Coringa é violento, assustador, perturbador e extremamente fascinante. É impossível sair do cinema impune a um drama tão sombrio e profundo a respeito da psiquê humana.