“Carcereiros – O Filme” | Crítica
Inspirado na série, que foi derivada no livro de sucesso de Drauzio Varella, estreia hoje (28/11) nos cinemas de todo o Brasil, “Carcereiros – O Filme“
Narrando um dia no fatídico presidio já apresentado na série de tv, acompanhamos a rotina de Adriano (Rodrigo Lombardi), que tenta lidar de forma “amigável” com os percalços que ocorrem lá dentro, quando numa situação atípica um preso internacional (Kaysar Dadour) tem que passar algumas horas no local, causando grande aversão por parte dos presos, assim tornando esta noite em algo nunca presenciado pelo carcereiro.
Com elementos grandiosos em sua produção o filme mescla ação, drama e alívios cômicos de forma interativa, assim prendendo facilmente o espectador ao enredo abordado, entretanto infelizmente seus furos predominam mais do que a forma como a história é contada.
Carregando em vários momentos de uma insuficiência de informações que fazem a diferença no resultado no final, como mencionado pelo diretor do longa José Eduardo Belmonte, “O filme é uma obra independente da série”, e justamente nessa questão se problematiza o trabalho do roteiro.
A todo momento temos a sensação de um episódio estendido do seriado, provas disso são a falta de explicação e motivação de inúmeros personagens, que apesar de carismáticos sofrem com a maneira “rasa” no qual são contadas suas histórias; algo que seria justificado se fosse afirmado que o filme funciona como uma história derivada do protagonista, assim deixando claro a necessidade de se ter no mínimo uma noção do padrão dos enredos já apresentados.
Outra “deficiência” no roteiro é a ausência de abordagem mais realista dentro de um presidio, com uma crítica mais ativa sobre a rotina cautelosa do profissional, questões sociais e a verdade nua e crua das superlotações e o impacto que isso causa nos presos, possui sim uma ou outra “fagulha” de crítica, mas dado o cenário apresentado é esperado e necessário algo mais a ser debatido.
Vale a pena acompanhar pelo belo trabalho na questão ação, que realmente surpreende. É um festival de cenas de tirar o folego, muito tiro porrada e bomba, mas também vale avaliar que o longa poderia ter sido ainda melhor se tivesse se dedicado ainda mais na mensagem que poderia ter sido entregue.