“Capitã Marvel” | Crítica
(Sem spoilers)
“Capitã Marvel” é a costura convincente de um universo iniciado com “Homem de Ferro” em 2008. Nunca um filme da Marvel se preocupou tanto em dar respostas para os questionamentos da sua linha temporal cinematográfica.
“Capitã Marvel” tenta, e, consegue, encaixar peças de um quebra-cabeça que vem sendo montado com sucesso pela Marvel desde 2008, mas o filme vai além do seu simples fator introdutório da super personagem e conexão do universo, para uma demonstração do poder feminino que segue uma inversão do que estamos acostumados.
Enquanto em “Mulher-Maravilha” , da DC, a idolatria é por uma “heroína feita” e super-poderosa de “berço”, “Capitã Marvel” vai por outro caminho. Carol Danvers é poderosa, talvez a maior de todas entre heróis e heroínas no atual universo da Marvel, mas até ela se encontrar com esse poder todo, a “humanidade” é que dá as cartas e exige dela um autoconhecimento para expandir suas forças.
Aliás, mais uma vez a Marvel faz esse contraponto entre herói e humano, assim como temos visto na briga interna de Banner e Hulk. Em “Capitã Marvel” novamente é apresentada essa exigência de que o lado humano e herói precisa ser um só, caminhando lado a lado, de mãos dadas para as coisas fluírem da melhor forma.
Brie Larson abraça a grandiosidade da personagem com um talento ímpar, não à toa já ganhou o Oscar de Melhor Atriz em “O quarto de Jack“. A necessidade de intercalar ação, humor e drama é absorvida e interpretada de forma empática e convincente pela atriz. A Marvel acertou em cheio nessa escolha. Vida longa a Brie Larson nesse papel.
Com um roteiro que preza principalmente pela descoberta de Carol sobre acontecimentos da sua vida, a história caminha entre seu presente e flashbacks do seu passado. É importante ressaltar uma quantidade imensa de reviravoltas na história, afinal nesse filme, nem tudo o que parece é de fato, diria a gatinha Goose.
O humor do filme, característico dos filmes da Marvel está nas mãos do jovem Nick Fury (Samuel L. Jackson), o grande alívio cômico do longa e que demonstra mais uma vez seu papel decisivo na construção e na influência de aprendizado de vários personagens desse universo.
Não com menos importância está a linda e assustadora gata Goose, que quem diria, teve um papel importante em torno dos acontecimentos do primeiro filme dos Vingadores e salva a pele de muita gente no filme da Capitã.
Jude Law se divide em papéis distintos e determinantes no encontro de Carol pela sua força máxima. Uma atuação tão convincente quanto dos personagens principais, se é que é possível dizer que ele é secundário.
O CGI na transformação e no uso dos poderes da heroína, que era a grande dúvida dos trailers, realmente não está perfeito, mas nada que deixe o espectador tão incomodado ao longo do filme. É um detalhe técnico cinematográfico e que não atrapalha em nada a qualidade do filme.
A trilha sonora é de arrepiar os fãs da década de 90 com músicas do trio TLC, Nirvana, Shirley Manson, entre outros. Sem contar as roupas, carros e muitas outras referências do período, até mesmo uma cena icônica que mostra a personagem caindo no teto de uma locadora Blockbuster.
Atenção aos fãs de Stan Lee, é bom levar lencinhos, porque tem uma homenagem emocionante para o gênio da Marvel.
“Capitã Marvel” é mais um ótimo filme da atual melhor “empresa” de heróis do mundo cinematográfico. Uma entrada promissora da heroína, até o momento, mais forte da Marvel. Thanos que se cuide!
OBS: As cenas pós-creditos, são duas, estão espetaculares, a primeira inclusive é de tirar o fôlego.