“Brightburn: Filho das Trevas” | Crítica
Todos já viram esse filme: um recém-nascido chega ao nosso planeta em uma cápsula espacial. A criança é criada por seus pais adotivos que não podem ter filhos e que aos poucos, vão descobrindo que tal criança é dotada de incríveis super-poderes, e quando se torna um adolescente, começa a trilhar um caminho para supostamente se tornar a maior esperança da humanidade.
“Brightburn: Filho das Trevas“, nos apresenta uma nova alternativa em cima do mito mais poderoso dos super-heróis, ao propor o seguinte questionamento: e se esta criança alienígena que chega à Terra fosse na verdade um demônio em forma de gente? O que aconteceria se a grande esperança da humanidade fosse na realidade, algo maligno?
As referências à Superman são claras e até contribuem, mas é certo dizer que a narrativa do cineasta, é fruto de fórmulas desconstruídas que tentam trazer consigo a melhor das intenções e infelizmente não consegue.
Com super-heróis saturando a indústria cinematográfica era inevitável que o amado subgênero dos quadrinhos começasse a aparecer nos cinemas de outra forma, como uma espécie de realidade alternativa.
O diretor David Yarovesky ganhou a atenção dos fãs do gênero de terror nos últimos meses ao anunciar seu mais novo projeto – “Brightburn – Filho das Trevas“. O principal conceito que o diretor apresentou para o cinema era reformular preceitos básicos de filmes de heróis, juntando os tensos elementos do suspense.
Logo, era inevitável e natural que nossas expectativas alcançassem um patamar considerável conforme os trailers e os materiais promocionais ganhassem visibilidade prometendo até mesmo reinventar o que já domina a indústria cinematográfica.
É significante a forma como o diretor coloca sua experiência cinematográfica dentro de seu novo filme, ainda mais considerando que estamos diante de uma trama de terror e suspense. Porém se não fosse sua trilha sonora, não haveríamos como descobrir ou até mesmo nos relacionar com o filme que estamos assistindo.
O diretor, apesar de muito investimento, falha no quesito cativar os espectadores, abusando do uso de cansativos jump-scares que ao invés de deixarem a trama mais dinâmica se tornam apenas acontecimentos que não são poderosos o suficiente, morrendo na beira da praia antes de atingirem qualquer resultado positivo.
O protagonista, Brandon Breyer (Jackson A. Dunn), é a nostálgica representação do garoto tímido que não sabe o porquê de ser diferente dos outros. Afinal, seus pais, Tori (Elizabeth Banks) e Kyle (David Denman), fizeram questão de esconder à verdade por trás de sua história.
Em dada sequência, o garoto começa a ter noção nos de seus incríveis poderes e do que realmente é capaz até mesmo de machucar aqueles que lhe fazem mal. A trama seria muito bem-vinda se executada de maneira mais convincente, sendo que nem suas atuações conseguiram salvar o filme de tantos equívocos amadores.
O diretor nos dá ares de cansaço criativo que afeta a sua identidade como realizador cinematográfico. Levando em consideração o pano de fundo que é semeado desde o primeiro frame, conectar-se a esse maligno cosmos não é uma tarefa fácil de engolir.
As habilidades técnicas são jogadas no lixo como seus diálogos cênicos são redundantes, prolixos e sem a menor noção de início-meio-fim. “Brightburn – Filho das Trevas“ promete muito e não entrega nada, ou seja, para aqueles que esperam encontrar novidades, sinto lhes dizer que isso não vai acontecer.