“Branca como a Neve” | Crítica
Uma versão rocker do tradicional conto da Branca de Neve, em um mundo real nos dias de hoje, muito diferente daquela mulher submissa e alienada pelos anões.
Em “Branca como a Neve“, novo filme da diretora e roteirista Anne Fontaine (“Coco Antes de Chanel“), temos uma protagonista feminina que cresce com a dificuldade e assume sua sensualidade sem se prender a qualquer conceito moral. Uma mulher livre para vivenciar diferentes relacionamentos e viver a vida com alegria e humor.
Aquela jovem garota que mora no imaginário coletivo tem aqui sua história desconstruída como uma mulher moderna em uma comédia divertida e original. Deixe de lado qualquer expectativa e vá se divertir com Branca de Neve, a Rainha, maçãs vermelhas, floresta, animais… porém vistos por ângulos totalmente diferentes por Anne Fontaine e Pascal Bonitzer.
O filme é dividido em capítulos. No primeiro, temos Claire (Loude Laâge), uma bela jovem que trabalha no hotel de seu pai falecido. O local agora é comandado por sua madrasta que tem uma inveja indisfarçável pela enteada. O namorado atual da madrasta se apaixonou por Claire para deixar a situação inda mais difícil. A madrasta decide se livrar de Claire e arquiteta um plano para matá-la. No segundo capítulo temos Maud (Isabelle Huppert), a madrasta má.
Logo no começo, quando vemos maçãs vermelhas e um espelho, já ligamos os fatos. Esse ponto de conexão como referência ao conto são interessantes e divertidos. As cores são muito bem trabalhadas para definir as personagens. Isabelle Huppert está muito bem no papel de vilã moderna.
Na terceira parte. Claire consegue escapar da armadilha de Maud e é salva por um homem misterioso. Sem ter para onde ir, Claire decide ficar no vilarejo e atrai a atenção dos locais por sua beleza.
Em pouco tempo, a bela Claire, de pele branca como a neve, tem sete homens aos seus pés. É o começo de sua jornada e libertação tanto romântica como carnal. Cada um destes homens, à sua maneira, faz com que Claire descubra a vida com intensidade e realismo. Os “anões” aqui representados pelos homens são retratados através da construção psicológica de cada personagem e suas diferentes personalidades. Temos um violoncelista, um padre, um livreiro, um atleta, um veterinário.
A perfeita natureza e e os animais tem papel de destaque no desenvolvimento da protagonista. As cenas na casa do estranho homem foram feitas em Vercors, na França. e a fotografia é muito bela. Para Claire é um recomeço de vida, uma página em branco para reescrever.
O filme fala sobre a relação com os homens e a fragilidade. Os “anões” aqui representados por homens são retratados através da construção psicológica de cada personagem. Temos um violoncelista, um padre, um livreiro, um atleta, um veterinário.
A natureza é exuberante e os animais tem papel de destaque no desenvolvimento da personagem.
O filme fala sobre relação com os homens e a fragilidade, a velhice, o tempo, o desejo.
“Branca como a Neve” chega ao cinema essa semana e é mágico!