“Boy Erased: Uma Verdade Anulada” | Filme sobre cura gay foi censurado no Brasil? Conheça detalhes desse caso

“Boy Erased: Uma Verdade Anulada” | Filme sobre cura gay foi censurado no Brasil? Conheça detalhes desse caso

Uma resposta do twitter da Universal Pictures do Brasil, distribuidora do filme “Boy Erased: Uma Verdade Anulada” a um jovem alavancou uma série de críticas e informações desencontradas sobre o cancelamento da estreia do filme nos cinemas brasileiros. Veja:


O filme dirigido por Joel Edgerton é baseado no livro de Garrard Conley e têm no elenco Lucas Hedges, Nicole Kidman e Joel Edgerton. O longa narra a história do filho de um pastor da igreja batista que é forçado a participar de um programa de conversão gay apoiado pela igreja. 

O próprio autor do livro, Garrard Conley, denunciou o fato de que a adaptação estivesse passando por uma censura no Brasil. Veja:

Boy Erased foi censurado no Brasil. Eu estava sentindo que isso iria acontecer e é triste que este tipo de coisa esteja acontecendo em um país tão maravilhoso.”

O ator Kevin McHale, que fez o Artie na série “Glee“, também se juntou aos protestos ao publicar no stories do seu instagram as seguintes mensagens:

Meus queridos brasileiros, ‘Boy Erased’ foi banido do Brasil. Seu presidente está censurando conteúdo LGBT+. Banir um filme sobre os perigos da terapia de conversão é PERIGOSO! Bolsonaro é uma ameaça para as vidas LGBT+. Eu te amo Brasil, e vou lutar com vocês!”.

Indicado a dois Globo de Ouro, Melhor ator para Lucas Hedges e Melhor Canção original, o filme foi ignorado nas demais premiações e sequer recebeu uma indicação ao Oscar. O que não significa que seja ruim, é bom deixar bem claro!

Através de sua assessoria de imprensa, a Universal Pictures do Brasil informou que “Boy Erased: Uma Verdade Anulada” (que tinha lançamento programado para o dia 31 de janeiro) teve sua estreia cancelada no Brasil por questões comerciais.

Nos Estados Unidos, o filme foi lançado em novembro e arrecadou pouco mais de US$ 6,7 milhões em bilheterias e nos países que foi lançado, o filme alcançou a marca de US$ 1 milhão, de acordo com informações do BoxOfficeMojo. O desempenho fraco nas bilheterias fez com que a Universal lançasse o filme diretamente para DVD e Blu-Ray aqui no Brasil, nem passando perto das salas de cinema.

Curiosamente, até o final de dezembro, o filme estava como certo de que seria lançado no Brasil. Não há como não ligar essa atitude da Universal com o governo atual do presidente Jair Bolsonaro que têm sido mais conservador e até usou de notícias falsas sobre um “kit gay” nas escolas para endossar sua campanha eleitoral no ano passado. Porém, a Universal Pictures do Brasil reforça que a decisão foi estritamente comercial.

Uma pena, já que estando nas salas de cinemas, a temática do filme poderia alcançar mais pessoas. Aguardar agora que, algum serviço de streaming popular por aqui… olá, Netflix… possa se interessar em agregar esse filme ao seu conteúdo.