Aves de Rapina | Crítica
Que a ideia de que a mulher é o sexo frágil no cinema (e na vida também) está mais do que extinta não é novidade para ninguém, após nos surpreender com o empoderado, e muito bem avaliado pela crítica, Mulher Maravilha abriu caminho para a representatividade feminina em filmes de heróis.
As atrizes passaram de meras coadjuvantes a destaque de diversos filmes. Em “Aves de Rapina” temos um conjunto de 5 perfis completamente distintos ganhando espaço ainda maior nesse universo elevado pelo “Girl Power” num nível extremo, e o que torna tudo ainda mais interessante, é o fato da produção ser conduzida por uma diretora mulher (Cathy Yan).
Como o próprio subtítulo indica (Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa) elas vieram exigir essa emancipação que carregam estando sempre por trás do trabalho de alguns personagens masculinos, mas calma, não que isso seja o foco central da trama. Tudo no filme é incluso e construído bem sorrateiramente e a mensagem segue implícita em cenas avulsas e importantes, sem se perder no tom.
É claro que há muita “porradaria”, cenas de ação extremamente impactantes, lutas com direito a muitos ossos quebrados, ambientes surpreendentes e ainda não explorados da Gothan que conhecemos, personagens divertidíssimos e com muito potencial e carisma (um salve importante para Chris Messina e Ewan McGregor que entregaram vilões excepcionais). Entretanto, dentro de todo esse roteiro temos mensagens necessárias sobre o empoderamento e a união feminina.
Debochado em alguns momentos, temos um início bem informativo sobre as origens da nossa protagonista (que merece todo destaque também, Margot Robbie fazendo um excelente trabalho, é quase como se Harley Quinn fosse moldada a ela). Destaque também para o “festival” de pequenas referências a “Esquadrão Suicida”, que vão desde de citações de nomes, a pequenos detalhes em cenas (bem no estilo “quem pegar pegou”), e uma introdução interessante as novas personagens, ainda “desconhecidas” pelo público.
“Aves de Rapina” mostra o quanto a DC amadureceu com suas fortes críticas de filmes passados, e que mais uma vez ousa em comprar a ideia do inusitado, saindo um pouco fora da caixinha e entregando um resultado surpreendente. Ficou aquele gostinho de quero mais.