As surpresas e os esnobados da noite de Globo de Ouro 2020
“Parasita” vencer como Melhor Filme em Língua Estrangeira e “Chernobyl” conquistar o prêmio de Melhor minissérie não foi surpresa para ninguém diante da repercussão de ambas as produções, porém ocorreram muitas surpresas na edição deste ano do Globo de Ouro.
A primeira grande premiação da temporada de 2020 deixou de fora veteranos da indústria do cinema e da TV, além de premiar azarões que estavam em pouquíssimas listas de bolões por aí.
Confira quem foi esnobado e as surpresas da noite.
A primeira grande surpresa da noite foi logo com o primeiro envelope sendo aberto!
O egípcio Ramy Youssef venceu na categoria de Melhor ator em série de comédia por “Ramy“. “Eu sei que vocês não viram minha série”, disse o comediante logo que subiu ao palco também admitindo a surpresa na vitória.
Na lista de indicados, Ramy venceu de veteranos como Michael Douglas, por “Método Kominsky” e Bill Hader, por “Barry“.
Stellan Skarsgård também não estava na lista de favoritos quando foi anunciado como vencedor na categoria de Melhor Ator Coadjuvante em minissérie ou filme feito para TV. Apesar do reconhecido trabalho de atuação em “Chernobyl“, as apostas estavam para Andrew Scott, o chamado “padre gato” da série “Fleabag“. Pelo menos, os fãs dele acabaram não gostando da decisão.
A categoria de Animação foi, talvez, a mais surpreendente. Não que a animação “Link Perdido” não tenha méritos para ter se consagrado vitorioso, pelo contrário, mas foi a surpresa em ver o monopólio Disney/Pixar não vencer. Até porque as chances eram maiores, matematicamente, já que concorriam “Toy Story 4“, “Frozen 2” e “O Rei Leão“… que, digamos, não seja bem uma animação, mas…
“Link Perdido” também desbancou o popular “Como Treinar Seu Dragão 3” com seus inúmeros fãs pelo mundo afora.
Muito querida pelo público desde “Jurassic Park“, a atriz Laura Dern já foi vencedora outras vezes do Globo de Ouro e até mesmo indicada ao Oscar, mas a sua vitória pela atuação em “História de um Casamento” foi uma surpresa nesta edição.
Dando vida a uma advogada de divórcios dos Estados Unidos, ela entregou uma performance muito elogiada e carismática que agradou ao público; porém, com nomes como Kathy Bates e Annette Bening na lista, ficava difícil colocá-la como favorita, ainda mais em um ano em que todas as apostas estavam para o desempenho de Jennifer Lopez, por “As Golpistas”.
Tom Hanks, Anthony Hopkins, Al Pacino e Joe Pesci estavam na mesma lista de Brad Pitt e, por mais que sua atuação em “Era Uma Vez em… Hollywood” tenha sido extremamente elogiada por todos, ele não era o favorito diante dessas lendas do cinema.
A vitória de Taron Egerton pela sua performance em “Rocketman” era esperada, mesmo com o jovem ator disputando o prêmio com veteranos como Daniel Craig, Leonardo DiCaprio e Eddie Murphy.
O detalhe foi que com a vitória de Taron Egerton, Leonardo DiCaprio acumula mais uma derrota em premiações; por mais que isso já tenha sido resolvido com o Oscar que veio em 2016 por “O Regresso“, mas ainda dá um certo desgosto o ator não vencer por uma atuação que seja digna de prêmios.
Coube ao companheiro em tela, Brad Pitt, fazer as honras e dividir o seu prêmio de Melhor Ator Coadjuvante com o LDC, como ele o chamou durante o discurso.
Pouca gente deve ter colocado o nome de Sam Mendes na categoria de Melhor direção. Talvez por dois motivos simples, o primeiro que o filme dele, “1917“, ainda não tenha sido lançado nos cinemas e o segundo motivo foi que quando você tem nomes como Quentin Tarantino e Martin Scorsese na lista, parece mais óbvio apostar nesses nomes.
Quando Sam Mendes levou o prêmio de Melhor Direção, poderia ser fácil deduzir que seu filme, “1917“, também faturasse; porém a Netflix estava em peso e liderando várias apostas com seus três filmes em disputa: “O Irlandês“, “Dois Papas” e “História de um Casamento“, mas não foi dessa vez.
Bastante elogiado pela técnica utilizada em ser filmado em plano-sequência e por toda a fotografia e produção, o filme de Sam Mendes conquistou os membros da imprensa internacional, que vota no Globo de Ouro, e faturou o grande prêmio da noite.
A Netflix, a grande esnobada da premiação, saiu apenas com dois prêmios: Melhor Atriz Coadjuvante, para Laura Dern e Melhor Atriz em Série de Drama, para Olivia Colman.
Com 5 indicações e um dos grandes favoritos, “O Irlandês” saiu de mãos abanando com nenhuma vitória.