Abraccine | Os 100 melhores filmes nacionais de todos os tempos
O filme “Limite“, do cineasta Mário Peixoto de 1931 foi eleito o melhor filme de todos os tempos pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). O melhor é também o mais antigo da lista. “Cidade de Deus” ocupa a 8ª posição e é considerado o melhor filme nacional dos últimos 20 anos.
Confira a lista completa:
1º Lugar = “Limite” / Mário Peixoto (1931)
Clássico do Cinema Brasileiro. A trilha sonora contempla músicas de Villa-Lobos e Debussy, entre outros. Nos anos 70 o filme foi restaurado, mas jamais foi exibido comercialmente.
A história acompanha três náufragos – um homem e duas mulheres. Sem ter o que fazer e com pouquíssimas esperanças de salvação, cada um deles passa a contar para os demais a história de suas vidas, relembrando os acontecimentos que os levaram até ali, três destinos à deriva, confinados em um espaço onde tudo é limite.
2º Lugar = “Deus e o Diabo na Terra do Sol” / Glauber Rocha (1964)
Considerado um marco do cinema Novo. O filme acompanha Manuel (Geraldo Del Rey), um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes (Mílton Roda) e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa (Yoná Magalhães). O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião (Lídio Silva), que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Porém ao presenciar a morte de uma criança Rosa mata o beato. Simultaneamente Antônio das Mortes (Maurício do Valle), um matador de aluguel a serviço da Igreja Católica e dos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.
3º Lugar = “Vidas Secas” / Nelson Pereira dos Santos (1963)
Baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos, o filme acompanha uma família de retirantes que tenta escapar da seca no sertão nordestino. Fabiano, Sinhá Vitória, seus dois filhos e a cachorrinha Baleia vagam sem destino e já quase sem esperanças pelos confins do sertão, sobrevivendo às forças da natureza e à crueldade dos homens.
4º Lugar = “Cabra Marcado para Morrer” / Eduardo Coutinho (1984)
Filme documentário, Cabra Marcado para Morrer foi dirigido por Eduardo Coutinho inicialmente em fevereiro de 1964, sendo obrigado a interromper as filmagens devido ao golpe militar de 31 de março, quando as forças militares cercam a locação no engenho da Galiléia. Dezessete anos depois em 1984 retoma o projeto, seu lançamento foi no ano seguinte em 1985. Conta história das Ligas Camponesas de Galiléia e de Sapé além da vida de João Pedro Teixeira que era um líder camponês da Paraíba assassinado a mando de latifundiários de Pernambuco em 1962. Através de depoimento da viúva Elizabeth Teixeira, de seus filhos e de camponeses que presenciaram a história, coletou informações para o documentário. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar.
5º Lugar = “Terra em Transe” / Glauber Rocha (1967)
Considerado o mais importante e polêmico filme de Glauber Rocha e um dos ícones do Cinema Novo, Terra em Transe foi restaurado em alta definição e está de volta às telas. O filme é um poema, declamado durante o transe vivido pelo personagem Paulo Martins na hora de sua morte. É por meio da visão atormentada do poeta que o filme é criado, levando para a tela a fusão entre o fantástico e o real.
6º Lugar = “O Bandido da Luz Vermelha” / Rogério Sganzerla (1968)
Primeiro longa-metragem do jovem cineasta Rogério Sganzerla que com 22 anos inaugura no Brasil uma nova escola cinematográfica, o Cinema Marginal. Livremente inspirado em fatos reais. Um assaltante misterioso (Paulo Villaça) usa técnicas extravagantes para roubar casas luxuosas de São Paulo. Ele é apelidado pela imprensa de “bandido da luz vermelha”, já que traz sempre uma lanterna vermelha e conversa longamente com suas vítimas. No entanto, seus roubos e crimes chamam tanta atenção que um implacável policial começa a perseguir o “bandido da luz vermelha”.
7º Lugar = “São Paulo Sociedade Anônima” / Luís Sérgio Person (1965)
Filmado em 1965, São Paulo, Sociedade Anônima é considerado um dos grandes clássicos do cinema brasileiro. Com direção e roteiro de Luís Sérgio Person, o filme narra a dificuldade de Carlos (Walmor Chagas) em conciliar as pressões profissionais exercidas por seu chefe, Arturo (Otello Zeloni), as ambições de sua mulher Luciana (Eva Wilma) e a inconstância de sua amante Ana (Darlene Glória). O retrato do estilo de vida paulistano continua atual mesmo depois de quase 50 anos.
8º Lugar = “Cidade de Deus” / Fernando Meirelles (2002)
Cidade de Deus é considerado um dos filmes brasileiros mais importantes de todos os tempos, sendo enaltecido pela crítica especializada, que, em geral, enfatizou suas qualidades artísticas e estéticas. O longa representa o marco final no período de reflorescimento da produção cinematográfica brasileira, conhecido como “cinema da retomada”. Mudou o paradigma do cinema brasileiro ao ser o único até agora a receber quatro indicações ao Oscar, nas categorias de melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor fotografia.
9º Lugar = “O Pagador de Promessas” / Anselmo Duarte (1962)
Baseado na peça teatral homônima de Dias Gomes. É até hoje o único filme brasileiro e sul-americano a conquistar a Palma de Ouro do Festival de Cannes, na França, um dos mais importantes prêmios cinematográficos do mundo.
Zé do Burro (Leonardo Villar) e sua mulher Rosa (Glória Menezes) vivem em uma pequena propriedade a 42 quilômetros de Salvador. Um dia, o burro de estimação de Zé é atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma promessa a Santa Bárbara para salvar o animal. Com o restabelecimento do bicho, Zé põe-se a cumprir a promessa e doa metade de seu sítio, para depois começar uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira. Mas a via crucis de Zé ainda se torna mais angustiante ao ver sua mulher se engraçar com o cafetão Bonitão (Geraldo Del Rey) e ao encontrar a resistência ferrenha do padre Olavo (Dionísio Azevedo) a negar-lhe a entrada em sua igreja, pela razão de Zé haver feito sua promessa em um terreiro de macumba.
10º Lugar = “Macunaíma” / Joaquim Pedro de Andrade (1969)
Baseado na obra homônima de Mário de Andrade, Macunaíma é um herói preguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu na selva e de preto, virou branco. Depois de adulto deixa o sertão em companhia dos irmãos e vive aventuras na cidade. Macunaíma ama guerrilheiras e prostitutas, enfrenta vilões milionários, policiais e personagens de todos os tipos.
11. Central do Brasil (1998), de Walter Salles.
12. Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981), de Hector Babenco.
13. Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado.
14. Eles Não Usam Black-Tie (1981), de Leon Hirszman.
15. O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho.
16. Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho.
17. Jogo de Cena (2007), de Eduardo Coutinho.
18. Bye Bye, Brasil (1979), de Carlos Diegues.
19. Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias.
20. São Bernardo (1974), de Leon Hirszman.
21. Iracema, uma Transa Amazônica (1975), de Jorge Bodansky e Orlando Senna.
22. Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri.
23. Os Fuzis (1964), de Ruy Guerra.
24. Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro.
25. Bang Bang (1971), de Andrea Tonacci.
26. A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1968), de Roberto Santos
27. Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos
28. Edifício Master (2002), de Eduardo Coutinho
29. Memórias do Cárcere (1984), de Nelson Pereira dos Santos
30. Tropa de Elite (2007), de José Padilha
31. O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade
32. Serras da Desordem (2006), de Andrea Tonacci
33. Santiago (2007), de João Moreira Salles
34. O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha
35. Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro (2010), de José Padilha
36. O Invasor (2002), de Beto Brant
37. Todas as Mulheres do Mundo (1967), de Domingos Oliveira
38. Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Julio Bressane
39. Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto
40. Os Cafajestes (1962), de Ruy Guerra
41. O Homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga
42. A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral
43. Sem Essa Aranha (1970), de Rogério Sganzerla
44. SuperOutro (1989), de Edgard Navarro
45. Filme Demência (1986), de Carlos Reichenbach
46. À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), de José Mojica Marins
47. Terra Estrangeira (1996), de Walter Salles e Daniela Thomas
48. A Mulher de Todos (1969), de Rogério Sganzerla
49. Rio, Zona Norte (1957), de Nelson Pereira dos Santos
50. Alma Corsária (1993), de Carlos Reichenbach
51. A Margem (1967), de Ozualdo Candeias
52. Toda Nudez Será Castigada (1973), de Arnaldo Jabor
53. Madame Satã (2000), de Karim Ainouz
54. A Falecida (1965), de Leon Hirzman
55. O Despertar da Besta – Ritual dos Sádicos (1969), de José Mojica Marins
56. Tudo Bem (1978), de Arnaldo Jabor (1978)
57. A Idade da Terra (1980), de Glauber Rocha
58. Abril Despedaçado (2001), de Walter Salles
59. O Grande Momento (1958), de Roberto Santos
60. O Lobo Atrás da Porta (2014), de Fernando Coimbra
61. O Beijo da Mulher-Aranha (1985), de Hector Babenco
62. O Homem que Virou Suco (1980), de João Batista de Andrade
63. O Auto da Compadecida (1999), de Guel Arraes
64. O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto
65. A Lira do Delírio (1978), de Walter Lima Junior
66. O Caso dos Irmãos Naves (1967), de Luís Sérgio Person
67. Ônibus 174 (2002), de José Padilha
68. O Anjo Nasceu (1969), de Julio Bressane
69. Meu Nome é… Tonho (1969), de Ozualdo Candeias
70. O Céu de Suely (2006), de Karim Ainouz
71. Que Horas Ela Volta? (2015), de Anna Muylaert
72. Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bondanzky
73. Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda
74. Estômago (2010), de Marcos Jorge
75. Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes
76. Baile Perfumado (1997), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira
77. Pra Frente, Brasil (1982), de Roberto Farias
78. Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1976), de Hector Babenco
79. O Viajante (1999), de Paulo Cezar Saraceni
80. Anjos do Arrabalde (1987), de Carlos Reichenbach
81. Mar de Rosas (1977), de Ana Carolina
82. O País de São Saruê (1971), de Vladimir Carvalho
83. A Marvada Carne (1985), de André Klotzel
84. Sargento Getúlio (1983), de Hermano Penna
85. Inocência (1983), de Walter Lima Jr.
86. Amarelo Manga (2002), de Cláudio Assis
87. Os Saltimbancos Trapalhões (1981), de J.B. Tanko
88. Di (1977), de Glauber Rocha
89. Os Inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade
90. Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1966), de José Mojica Marins
91. Cabaret Mineiro (1980), de Carlos Alberto Prates Correia
92. Chuvas de Verão (1977), de Carlos Diegues
93. Dois Córregos (1999), de Carlos Reichenbach
94. Aruanda (1960), de Linduarte Noronha
95. Carandiru (2003), de Hector Babenco
96. Blá Blá Blá (1968), de Andrea Tonacci
97. O Signo do Caos (2003), de Rogério Sganzerla
98. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), de Cao Hamburger
99. Meteorango Kid, Herói Intergalactico (1969), de Andre Luis Oliveira
100. O Palhaço (2011), de Selton Mello