“Abaixo a Gravidade” | Crítica
O diretor Edgard Navarro sempre teve a preocupação em entregar filmes com temáticas sociais. Em suas obras anteriores, “O Homem Que Não Dormia” (2012) e “SuperOutro” (1989), ele explora uma narrativa de personagens que beiram a loucura e como se comportam diante de problemas comuns.
Em “Abaixo a Gravidade” temos Bené (Everaldo Pontes) um senhor que mora em uma vila no interior da Bahia e já nos é apresentado sentindo-se mal e doente. Com estilo de vida simples se destaca por sua generosidade com os vizinhos, como curandeiro através de rituais espirituais e até como parteiro.

Salvador é onde a trama se desenrola, Bené acaba se encontrando com vários personagens, inclusive um morador de rua que se revela o protagonista de “SuperOutro“, o homem que faz asas a partir do lixo e acredita que um dia poderá voar. Essa referência foi colocada de forma espetacular, com o personagem de atuação exemplar de Fábio Vidal que faz a conexão do filme de 1989 com o atual.

Além dele, outros personagens aparecem porém sempre de forma rápida. Com pequenas cenas e sempre mudando o núcleo da história, o espectador pode ficar confuso com tantas pequenas histórias acontecendo.
Outro fato um pouco confuso é o próprio nome do filme, que se dá devido ao evento de proximidade de um meteoro que causará um breve momento sem gravidade. O diretor usa constantemente o recurso escrito para passar mensagens sérias como as diferenças religiosas que existem até hoje.
“Abaixo a Gravidade” expressa uma crítica sobre a sociedade local do estado da Bahia, tanto nos vilarejos como na vida agitada do centro.

A trama está envolta ao misticismos e rituais religiosos, assim como superstições que são normalmente associadas a região.
Chegando aos cinemas neste dia 1º de agosto, o filme não é para todos os públicos.
Com situações que a princípio parecem ser importantes e que acabam sem solução, personagens que aparecem e somem sem avisar e um final sem nexo que deixa quem está assistindo esperando a próxima cena, o filme deixa muito a desejar no roteiro e pode agradar um público cult, mas infelizmente não flui de nenhuma maneira.