“A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, é selecionado para representar o Brasil no Oscar de 2020
O longa-metragem ‘A Vida Invisível’, de Karim Aïnouz, foi eleito nesta terça-feira (27/08) pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de melhor filme internacional no Oscar de 2020.
A produção, que traz no elenco Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavia Gusmão e Fernanda Montenegro – como atriz convidada –, será lançada antecipadamente nas telas do Nordeste no dia 19 de setembro, enquanto estreia nas outras regiões do país no dia 31 de outubro.
O anúncio foi feito por Anna Muyalert, presidente da Comissão na Academia Brasileira de Cinema que definiu o selecionado. Veja o momento do anúncio:
“A Vida Invisível” concorreu com outros dez filmes: “A Última Abolição“, de Alice Gomes; “A Voz do Silêncio“, de André Ristum; “Bacurau“, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles; “Bio“, de Carlos Gerbase; “Chorar de Rir“, de Toniko Melo; “Espero tua (Re)volta“, de Eliza Capai; “Humberto Mauro“, de André Di Mauro; “Legalidade“, de Zeca Brito; “Los Silencios“, de Beatriz Seigner; “Simonal“, de Leonardo Domingues; e “Sócrates“, de Alex Moratto.
Durante o anúncio feito pela Comissão da Academia Brasileira de Cinema, Muyalert, que também é uma diretora premiada, comentou sobre a escolha ter sido bem disputada entre os membros da Comissão. Veja:
O diretor presidente da Academia Brasileira de Cinema, Jorge Peregrino acredita que o filme não irá ter problemas no apoio para a sua campanha de divulgação por parte do governo. Veja:
A presidente da Comissão na Academia Brasileira de Cinema, Anna Muyalert, também comentou sobre a expectativa para o futuro do filme que irá representar o Brasil no Oscar a partir de agora. Veja:
O diretor Karim Aïnouz dedicou a indicação a todas às mulheres e às trabalhadoras e trabalhadores do audiovisual brasileiro.
“É uma alegria incomensurável. É uma realização não só para o filme em si, mas para todas as mulheres do mundo, para os trabalhadores e trabalhadoras do audiovisual e para o país como um todo. É uma honra estar junto com outros filmes tão importantes que celebram esse momento singular do cinema brasileiro. Espero que possamos fazer jus a essa indicação e representar o Brasil na lista final da premiação”, comemora Aïnouz.
“Isso demonstra que a cultura cinematográfica brasileira, num momento como esse, nos credencia como artistas e cidadãos. Karim merece”, exalta Fernanda Montenegro.
O produtor Rodrigo Teixeira, por sua vez, enaltece a força do filme, cuja primeira exibição em território brasileiro acontece nesta sexta-feira, 30 de agosto, na abertura do Cine Ceará 2019.
“É uma das maiores emoções da minha vida. Estar nessa corrida junto com um filme tão especial como Bacurau, que também vem tendo grande reconhecimento por onde passa, só engrandece o valor dessa indicação”, celebra o produtor.
‘A Vida Invisível’, do cineasta cearense Karim Aïnouz, conta a história de duas irmãs que vivem na década de 50 e são oprimidas pela forte presença do machismo daquela época.
Elogios da crítica internacional
O longa já recebeu elogios de algumas das mais prestigiosas publicações do segmento de cinema no mundo. Segundo David Rooney, do The Hollywood Reporter – que relacionou o filme entre os 10 melhores do Festival de Cannes –, “‘A Vida Invisível’ é um drama assombroso que celebra a resiliência das mulheres, mesmo quando elas toleram existências combalidas”. O crítico ainda chamou a atenção para as texturas brilhantes, as cores ousadas e os sons exuberantes que servem para “intensificar a intimidade do deslumbrante melodrama de Karim Aïnouz sobre mulheres cujas mentalidades independentes permanecem inalteradas, mesmo quando seus sonhos são destruídos por uma sociedade patriarcal sufocante”.
Já para Lee Marshall, do Screen Daily, que também elegeu ‘A Vida Invisível’ como um dos filmes imperdíveis do festival, Karim prova que o “eletrizante e emocionante” filme de época pode ser apresentado de forma verdadeira e ao mesmo tempo ser um deleite. “Com a forte reação crítica e o boca-a-boca que essa contundente e bem-acabada saga familiar parece suscitar, é quase certo que o filme viaje para além do Brasil e dos territórios de língua portuguesa”, prevê o crítico, que adverte: “É melhor você deixar um lenço separado para as cenas finais”.
O jornalista Guy Lodge, da Variety, por sua vez, afirma que o longa-metragem pode ser considerado “um forte concorrente do Brasil na corrida ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro”.
A lista final de indicados será revelada pela academia americana no dia 13 de janeiro.