A Verdadeira História de Ned Kelly | Crítica
Estreia nessa sexta-feira (23) nos cinemas, o novo longa da A2 Filmes. Ao todo já foram 6 filmes produzidos do personagem emblemático e fora da lei Ned Kelly. A nova produção é comandada pelo diretor Justin Kurzel (Assassin’s Creed) e protagonizado por George MacKay (1917).
O filme acompanha sua infância problemática, cheia de traumas à sua juventude ainda mais intensa, mostrando as cicatrizes criadas no passado e suas consequências, até sua morte ainda novo.
Tendo como plano de fundo a Austrália colonial, a história se passa numa região pobre e abastada de cuidados por parte do governo, majoritariamente formada por descendentes irlandeses, “causadores de problemas”, e é nesse ambiente perturbador que o protagonista se cria, filho mais velho numa família grande. Ned possui uma ligação muito forte com sua mãe, que com o passar dos anos se perde com situações que vivencia.
A história tem grande apelo cultural, afinal trata-se de um personagem de grande importância, por mais impróprio ou reprovável que ele seja, e é maravilho ver o cuidado e o belo trabalho que os atores souberam encarnar em cena, com um roteiro de teor conturbado, e cenas densas e opressivas, o incômodo involuntário toma conta do espectador em muitos momentos.
Os takes aéreos apresenta os cenários e a miséria que cerca a região. A seca e o solo completamente inférteis, despertam os anseios desumanos no qual eles vivenciam, dando um tom real ao que o diretor quis proporcionar.
Um enredo pesado de um anti-herói cujo foi imortalizado por entrar em diversos confrontos policiais da época, cometendo diversos delitos e que ficou extremamente conhecido justamente por recrutar rebeldes e planejar uma rebelião lendária.
Apensar de um roteiro sobrecarregado em temas difíceis e fortes, o longa carrega uma mensagem sobre o desenvolvimento humano, o efeito e os danos causados por traumas e o quanto sua origem e criação o influencia, fazendo assim com que o filme valha à pena em suas duas horas de duração.