“A Tabacaria” | Crítica
Semana passada estreou nos cinemas, “A Tabacaria”, adaptação do romance homônimo do autor Robert Seethaler. Narrando a história de Franz (Simon Morzé), jovem de 17 anos que se muda para Viena pois a situação financeira com sua mãe nas proximidades do Lago Attersee, estão difíceis após a morte de seu pai.
Por lá o rapaz passa a trabalhar numa Tabacaria, frequentada pelo psicanalista já muito famoso na época Sigmund Freud (Bruno Ganz), com o tempo os dois criaram um laço de amizade improvável, onde os assuntos amor, a vida e nova experiencias, serão abordados sobre o panorama de um “perito” sobre a mente humana, tendo como “palco” uma Áustria prestes a era nazista.
O filme apesar de tratar uma época conturbada, e acompanhar questões em alguns momentos intensos, traz uma beleza encantadora, toda a reprodução de arte, figurinos e toda a estética artística tão delicada, que é inevitável não se surpreender pelo brilhantismo. Desde as tomadas noturnas, a neve, a excessiva utilização da cor marrom e os tons mais escuros, o lago, as cenas submersas e seus detalhes, foi como viajar no tempo para distintos locais e sentir-se totalmente imerso.
O enredo no caminhar da história te prende e te faz ansiar pelas descobertas pessoais do protagonista, seu envolvimento com os demais personagens é vagarosamente intencional, quando se percebe o vínculo já está formado, e cada dialogo te arranca sorrisos pela naturalidade.
Um ponto que ficou relativamente em falta foram as conversas com Freud, que apesar de produtivas e importantes para o desenvolver da história, poderiam ter sido mais exploradas, de maneira mais literal, longa, utilizando de plano sequencias e agregando ainda mais impacto.