“A Lenda de Golem” | Crítica
O filme “A Lenda de Golem“, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (13/06), já se inicia de forma tão mal executada que ultrapassa o que chamamos de ridículo. Todo mundo deixa passar um filme ruim que brinca consigo mesmo e permite não se levar a sério, porém a audácia dos diretores Yoav e Doron Paz em achar que estão realizando uma obra prima do terror é sem dúvida o maior erro.
A história se passa em uma vila judaica da Lituânia e tem como protagonista Hanna (Hani Furstenberg), mulher casada com Benjamin (Ishai Golan) e que perdeu o filho há sete anos.
Seus personagens chegam até ser interessantes no começo. A protagonista, por exemplo, tem uma interpretação relevante ao detalhar os traumas causados pela perda do filho. É despertado em nós o interesse pelo misticismos da Cabala e o conhecimento dos textos da Torá, que naquela sociedade era algo restrito aos homens.
O esforço e conhecimento da atriz é algo que deve ser levado em conta, pois valoriza o primeiro ato do filme. Porém tudo se afunda quando um grupo de cristãos vitimados pela peste chega à aldeia, começa a oprimir aquele povoado e o filme tenta fazer terror.
Para se defender de tal invasão, Hanna usa todas suas táticas místicas e cria um Golem, criatura da mitologia judaica que pode ser trazida à vida através de procedimentos divinos. A partir daí, o filme mergulha da pior forma possível nos maiores clichês possíveis.
A criatura, que tem a forma de um menino, é obviamente perigosa e a protagonista começa a projetar a falta que sente do filho no monstrinho. Suas obviedades são o maior problema do filme, o fato de serem muito mal trabalhadas pelo roteiro.
O terror demora muito para surgir e quando surge, toda problemática em seu entorno é muito mal aproveitada; tanto sua periculosidade quanto a sua relação com a sua criadora, logo, o espectador fica incapaz de achar algo. Sua narrativa acaba por comprometer todos elementos que ali estão.
Tudo ali acaba se tornando fraco para o funcionamento da narrativa, muito comum em filmes de terror ruins. Seu roteiro falta violência e brutalidade, e somos acometidos a vários princípios de tédio.
Suas cenas de ação e violência são muito mal dirigidas e com um CGI péssimo, que poderiam estragar qualquer outro filme. “A Lenda de Golem” é um filme horrível, que perde a oportunidade de ser levado a sério.