“A Freira”
O novo spin-off da franquia Invocação do Mal chega surpreendendo os fãs do gênero. O filme não chega ao mesmo nível da franquia original, mas ainda assim é um bom filme do gênero de terror.
O diretor Corin Hardy sabe trabalhar com o gênero e equilibrar o susto, e apesar do uso de jump scare ser um pouco descontrolado, ele acerta na maioria das vezes. Há vários clichês colocados pra realçar mais o medo no público, como cruzes invertidas para mostrar a presença do mal, mas que não funcionam devido ao clima que já tinha apresentado a entidade.
Outro clichê que é usado com muita frequência e exagerado é quando um personagem se vira para ver algo do lado, e quando ela vira novamente tem algo atrás dela, esse elemento não funciona na primeira vez, e o diretor faz questão de repetir isso em diversas cenas do filme. Quando o diretor acerta uma cena que assusta, ele acaba repetindo o acontecimento na cena seguinte deixando o ritmo repetitivo.
Infelizmente, o ritmo de uma ótima sequência de terror tenso é quebrada devido ao ato de um personagem que faz uma piada que aparentemente serviria para quebrar a tensão, mas que acaba quebrando o ritmo todo.
A fotografia junto com o cenário e a direção de arte deixa o filme visivelmente bonito devido a abadia rústica e antiga da Romênia em planos externos e abertos e que também deixam o filme mais sombrio, escuro e tenebroso em planos internos e fechados que causam um frio na espinha.
Os movimentos de câmera também são outro ponto forte do filme, utilizando movimentos panorâmicos para indicar incerteza e curiosidade dos personagens.
Taissa Farmiga está muito bem. No início, ela lembra muito a noviça rebelde devido ao modo em que ela é apresentada, mas ao longo do filme, essa comparação acaba desaparecendo devido à ótima construção de personagem. O público sente o medo da personagem, e ao mesmo tempo a vontade de ajudar a deter o mal de se espalhar mesmo sabendo que ela pagará um alto preço. Além da sua brilhante atuação, ela equilibra bem sua expressão facial, nunca levando para o exagero.
Jonas Bloquet funciona como alívio cômico que não funciona, quebrando totalmente um pouco o ritmo tenso do filme.
A Freira quase não aparece fisicamente no filme, e quando aparece, está sempre escondida nas sombras, causando medo nos personagens e no público.
O plot twist é um pouco óbvio, mas é bem colocado na história e acaba surpreendendo.
A conexão que o filme faz com a franquia Invocação do Mal é inteligente e muito bem colocada.
A Freira pode não ser um filme muito original em termos de técnicas de horror, mas surpreende na história, assusta e é visualmente agradável.
Ele é inferior aos filmes de Invocação do Mal, mas é muito melhor que os dois filmes de Annabelle juntos.