“A Festa” | Uma comédia com trágicas proporções

“A Festa” | Uma comédia com trágicas proporções

Com estreia marcada para dia 26 de Julho, “A Festa” é o mais novo filme da diretora e roteirista Sally Potter (“Ginger & Rosa“), em um hiato de quase seis anos, ela nos presenteia com uma “Dramédia” irreverente e atrevida. 

O filme nos apresenta logo do início ao homônimo título que nada mais é do que um jantar entre amigos, para a comemoração de Janet (Kristin Scott Thomas) que conseguiu um cargo político importante de Ministra da Saúde Britânica, que junto a seu Marido Bill (Timothy Spall), um acadêmico um tanto “depressivo” que abriu mão de seu emprego para apoiar o cargo político da esposa, organizam o fatídico jantar para poucos e pontuais amigos mais próximos.

Timothy Spall, Bruno Ganz, Patricia Clarkson e Cherry Jones (divulgação)

Martha (Cherry Jones), amiga mais antiga de Bill, Jinny (Emily Mortimer) esposa de Martha, April (Patricia Clarkson), com um humor insolente e sínico e melhor amiga de Janet, Gottfried (Bruno Ganz), um coach, “metido a guru”, que tem como lema um positivismo gentil e amigável, marido de April  e por fim Tom (Cillian Murphy), o galã banqueiro. 

Cada uma dessas pessoas tem seus segredos e as revelações fazem o que era uma simples comemoração se torne catastrófica. 

Cillian Murphy em cena (divulgação)

 Com pouco mais de uma hora de duração, a ideia para o “ponto de partida” simples e minimalista, um elenco pequeno e fácil de se acompanhar, que interpretam perfis tão distinto um ao outro, que trasbordam autenticidade, sem excessos e uma ligação entre si lídima que merece aplausos. 

 Todo ambientado em preto e branco, trazendo um ar nostálgico e atual ao mesmo tempo, por conta dos assuntos abordados e a forma como são lidados. 

Kristin Scott Thomas em cena (divulgação)

Um cenário básico e “fixo” uma residência, onde Cozinha, sala, banheiro e quintal possuem dentro desse enredo suas paredes metafóricas que são dilaceradas conforme o desenvolvimento, ou como Sally descreve “Sem efeitos especiais elaborados ou múltiplas mudanças de localização, elementos aparentemente simples que fazem apenas o trabalho de contar a história. Tudo está exposto.  Não há onde se esconder quando se trabalha com os ingredientes principais da história, personagens, luz e escuridão, vozes e música. A câmera espreita as sombras e olha fixamente para os rostos em seus momentos de crise, uma crise que se desenvolve à medida que cada um começa a dizer a verdade”. 

 Apesar de uma introdução mais “tímida” onde o telespectador tenta se se situar na história e conhecer um pouco mais do que está por vir, tem seu desenrolar mais intenso onde o nítido tom de comédia ganha sua parcialidade de tensão, expandindo para um final inesperado (e ótimo por sinal). 

 “É um aperte seus cintos de segurança, isso vai ser uma viagem atribulada, com muitas surpresas” (Sally Potter).