“3%” | Análise da segunda temporada

“3%” | Análise da segunda temporada

A Netflix disponibilizou a 2º temporada de “3%” e como já esperávamos, a série ousou, investiu e entregou algo ainda melhor que a temporada de estreia. 

Claro que nada nessa vida é perfeito, teve seus defeitos e furos, mas a qualidade manteve-se tão alta dessa vez nos 10 episódios, que passaram despercebidos. Uma expansão positiva em diversos fatores o que a evoluiu tornando-a grandiosa. 

Esse ano a série se passa em apenas 7 dias, justamente o tempo que antecede o novo processo dos 3%, e nos mostra as consequências aos acontecimentos do final da temporada passada. 


Com quatro núcleos diferentes onde “rodeia” de certa forma cada um dos protagonistas e os interligam e intercalam o destaque com o passar dos episódios. 

Junto a saltos temporais e flashbacks importantíssimos que contam desde um passado conturbado até a ligações constituídas e surpreendentes que o enredo vai entregando bem sorrateiramente tornando cada descoberta uma surpresa. 

Dessa vez vemos ainda mais nítido o contraste do Maralto e o Continente, dando espaço para se explorar mais os ambientes. 

Enquanto alguns enfrentam a situação Escassa, os planos feitos pela “Causa”, o desenvolver de novos e a volta de antigos personagens e o ambiente se tornando cada vez mais hostil.  

Em um determinado momento vemos referência ao resgate de festas tradicionais brasileiras ,como as que acontecem no Nordeste, com um festival de cores e música (lembrando bastante o carnaval) numa situação propensa a comemoração, sem a necessidade de glamourização onde som e a alegria são motivadas e expandidas. Mas que claramente não dura muito, pois a intenção é mostrar o quão raros são esses momentos dentro da precariedade. 

Por outro lado, na parte “rica” temos mais explicações sobre o como o enredo caminha no decorrer da temporada. 

Conta como acontecem os relacionamentos amorosos no outro lado, que assim como tudo tem um “ar” futurista envolvendo aplicativo e porcentagens de compatibilidade (Se não fossem do mesmo serviço de streaming, eu diria que essa parte é um total plagio de “Black Mirror pois a semelhança é inevitável). 
 


O uso da tecnologia com realidade virtual, para testes com intuitos mais sérios, que pode parecer exagero, mas a cada ano que passa tem aparentemente chegado bem próxima da nossa atual situação tecnológica 

O Assunto fé também é abordado, com uma interligação bizarra ao casal fundador (Suposto casal que criou o Maralto, que é sempre citado em ambas temporadas), que tem sua “teoria” de quem são os merecedores das regalias do lado de lá e o tipo de perfil “aceitável“. 

E como na religião, há quem compreenda, respeite e siga tal discurso idealizador sobre a teoria, como também há o fanatismo cego unilateral, e quem tem suas dúvidas referente a ideologia. 


Uma temporada bem diferente da anterior, focada mais em responder questões de que faze-las, com reviravoltas e manipulações a todo momento, uma estratégia boa do roteiro em não ter medo de arriscar com “plots” arriscados, uma entrega boa do elenco e um final ambicioso (que caso seja renovada) vai exigir bastante da produção em estender a narrativa ainda mais numa futura 3º temporada.