16 filmes obrigatórios para ver na Mostra Internacional de Cinema
O número assusta e surpreende. São quase quatrocentos filmes (trinta curtas-metragens) para serem vistos em apenas quinze dias. Impossível, não? Mas uma das grandes qualidades da Mostra Internacional de Cinema, que tem início na quinta (19), é, justamente, oferecer uma programação para agradar a vários estilos de cinéfilos. Quer trabalho premiado? Tem! Quer produções da Letônia e da Islândia? Tem! Há ainda longas de apelo mais popular, a exemplo de Três Anúncios para um Crime, vencedor do Festival de Toronto e provável indicado ao Oscar.
E por falar na estatueta dourada, a Mostra vai exibir treze fitas que foram escolhidas por seus países para concorrer a uma vaga em filme estrangeiro. Até 1º de novembro, 22 salas da cidade abrem suas portas para o evento cinematográfico mais importante do ano. Retrospectivas (dos diretores Agnès Varda, Paul Vecchiali e Alain Tanner) e inéditos badalados (confira a lista ao lado) tendem a ter grandes filas. Os ingressos custam R$ 20,00 (de segunda a quinta) e R$ 24,00 (de sexta a domingo).
Pela internet, as vendas ocorrem pelo veloxtickets. O encerramento da Mostra será, como sempre, em grande estilo. Dia 3 de novembro, na área externa do Auditório Ibirapuera, será projetado o clássico mudo O Homem Mosca (1923), com Harold Lloyd e acompanhamento musical da Orquestra Jazz Sinfônica.
Confira 16 atrações badaladas:
Happy End. Depois de A Professora de Piano e Amor, o diretor austríaco Michael Haneke reencontra a estrela Isabelle Huppert num drama familiar ambientado no norte da França. A crise dos refugiados se faz presente em mais um contundente trabalho do cineasta. É o candidato da Áustria a uma vaga no Oscar 2018 de filme estrangeiro.
L’ Amant d’un Jour. No novo filme de Philippe Garrel (de Amantes Constantes), premiado em Cannes, uma mulher termina um relacionamento e volta para a casa do pai. Lá, descobre que ele está namorando uma jovem da sua idade.
Visages, Villages. Premiado nos festivais de Toronto e Cannes, o documentárioenfoca a viagem pelo interior da França da veterana diretora Agnès Varda (que terá uma retrospectiva na Mostra) com o fotógrafo e muralista J.R.
Human Flow – Não Existe Lar se Não Há para Onde Ir. A crise dos refugiados no mundo levou o artista plástico chinês Ai Weiwei a fazer um documentário épico. Ente os 23 países visitados estão França, Grécia, Alemanha, Iraque, Israel, Itália, México e Turquia.
The Square. Diretor do ótimo Força Maior, Ruben Östlund levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e seu novo trabalho é o indicado da Suécia a concorrer a uma vaga no Oscar 2018 de filme estrangeiro. Trata-se aqui da crise existencial que se abate sobre o curador de um museu em meio à polêmica exposição The Square.
Mulheres Divinas. A Suíça indicou este drama para concorrer ao Oscar 2018. Na trama, ambientada em 1971, uma jovem dona de casa de uma pequena cidade decide liderar uma campanha para que as mulheres tenham direito ao voto.
O Outro Lado da Esperança. O finlandês Aki Kaurismäki levou o prêmio de direção no Festival de Berlim. Sua história mostra a inusitada união entre um refugiado sírio e um comerciante que lhe ofereceu emprego enquanto espera sua permissão para morar na Finlândia.
Loveless. No drama familiar russo, um casal está se divorciando e já em busca de refazer a vida afetiva ao lado de seus novos parceiros. Eles só não contavam que o filho de 12 anos rejeitaria a ideia da separação. Quando o garoto presencia uma briga dos pais, desaparece sem deixar pistas. O filme de Andrey Zvyagintsev levou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes deste ano.
Félicité. A personagem-título leva uma vida modesta trabalhando como cantora em um bar de Kinshasa, capital de República Democrática do Congo. Mas dias piores virão quando seu filho sofre um acidente e ela precisa conseguir dinheiro para a cirurgia do garoto. Vencedor do Grande Prêmio do Júri em Berlim.
Três Anúncios para um Crime. Grande vencedor do Festival de Toronto (que é um bom termômetro para o Oscar), o drama com pitadas de humor mostra a obstinada trajetória de uma mãe (Frances McDormand) em encontrar o estuprador e assassino da filha.
A Cordilheira. O grande astro argentino Ricardo Darín interpreta o presidente de seu país, que está reunido com outros líderes latino-americanos, no Chile, a fim de discutir alianças políticas. Mas um drama pessoal o forçará a dar um novo rumo à sua vida pública e privada. O portenho Santiago Mitre é o mesmo diretor do ótimo Paulina (2015).
Bikini Moon. Milcho Manchevski, diretor nascido na Macedônia, tem ao menos umaobra-prima no currículo, o belo Antes da Chuva (1994). De volta às telas, o realizador faz a estreia mundial de seu novo filme na Mostra. A trama gira em torno de um equipe de documentaristas que transforma a vida de uma sem-teto num conto de fadas moderno.
Assim É a Vida. Responsáveis pelo sucesso de Intocáveis, os cineastas Olivier Nakache e Eric Toledano voltam com uma nova comédia dramática. Nela, Max (Jean-Pierre Bacri) organizou todos os detalhes de uma festa de casamento num castelo do século XVII. Mas algo tende a dar errado após os preparativos.
O Motorista de Táxi. É o representante da Coréia do Sul para concorrer a uma vaga de filme estrangeiro no Oscar 2018. Na trama, inspirada em caso real ocorrido em 1980, um taxista de Seul é contratado por um jornalista estrangeiro para levá-lo até Gwangju, cidade tomada pelo caos por causa de uma rebelião popular.
De Encontro com a Vida. O mesmo diretor de Uma Mulher contra Hitler traz agora à cena um romance dramático. A história é a de um jovem que perdeu parcialmente a visão na adolescência e, escondendo sua deficiência, arranja emprego num hotel de luxo em Munique.
Lua de Júpiter. O filme do húngaro Kornél Mundruczó, exibido em Cannes, tem uma pegada fantástica para um tema realista e atual. Ao cruzar a fronteira da Síria, o jovem Aryan é baleado. Não demora, porém, para descobrir que tem o poder de levitar. É retirado, então, de um campo de refugiados por um senhor que quer ganhar dinheiro com seu dom.
Fonte: Revista Veja