“Shazam!” | Crítica

“Shazam!” | Crítica

“Apenas diga a palavra mágica: SHAZAM!!!”

Shazam! é o filme que a DC deveria ter feito há muito tempo. Ele, sem dúvida, representa o start de um universo cinematográfico desse estádio que deveria ter começado há muito tempo. Enquanto a Marvel foi efetiva, construindo um universo de sucesso em 2008 com Homem de Ferro, não seria absurdo dizer que a DC deu seus primeiros passos agora, em 2018 com Aquaman e Shazam em 2019 para construir seu próprio universo.

O filme apresenta um “novo” personagem da DC de forma eficaz e muito bem-humorada. Com um roteiro simples e sem exageros, Shazam é o personagem que tem tudo para ser o queridinho de várias faixas etárias. Um personagem que hora vive os dilemas de um adolescente e hora precisa tomar decisões importantes de um adulto na pele de um herói extremamente engraçado. É impossível que tenhamos citado tanto o humor nessa crítica sem que você esteja pensando em Deadpool. Porém, enquanto Deadpool é escrachado e sem nenhum pudor, com um humor “demoníaco”, Shazam vai por um lado menos pesado e aposta em um humor mais “angelical”, que cabe para todas as idades.

(Imagem: Divulgação/Warner Bros.)

Zachary Levi está ótimo no papel. Extremamente engraçado e dominador em um personagem, que mesmo adulto na pele de Shazam, tem uma mentalidade que precisa ser extremamente adolescente, afinal ele é o garoto Billy Batson.

E Zachary conseguiu encarnar esse perfil “não adulto” do herói Shazam, trazendo diálogos, reações e piadas bem características de um verdadeiro jovem. Sem contar na extrema semelhança dele com o personagem da HQ, fisicamente falando. Um herói extremamente forte, cheio de músculos e que apesar de engraçadinho e “bobo” de início se mostra extremamente poderoso.

(Imagem: Divulgação/Warner Bros.)

Não podemos falar do filme sem destacar o ator Asher Angel, o garoto que encarna Billy Batson, o jovem e grande precursor de Shazam, e que mesmo não sendo o “menino perfeito”, segundo a história, aceita o desafio de assumir para si os poderes de Shazam. A mensagem inclusive que podemos tirar desse cenário é de qualquer pessoa, mesmo com limites e imperfeições, pode alcançar sonhos e viver como um “herói” diante dos desafios que se apresentam diariamente. E não só isso, o filme mostra que mesmo um herói não terá sucesso se viver sozinho e depende das pessoas ao seu redor. Billy/Shazam é completamente dependente da inteligência de Freddy Freeman (Jack Dylan) para descobrir e potencializar seus poderes. Se Billy é o herói, Freeman é a cabeça desse herói.

E o que facilitou essa construção das duas versões, adolescente e “adulta” do herói, obviamente, foi o roteiro de Henry Gayden e a direção de David F. Sanderberg. Uma história teoricamente mais simples e que permitiu uma liberdade maior aos atores.

(Imagem: Divulgação/Warner Bros.)

Aliás, o elenco de crianças/adolescentes é surpreendente e dita o ritmo da história e da construção do enredo para que o humor funcione e que a apresentação do personagem seja extremamente convincente.

O filme faz ainda uma série de menções a cultura pop e Geek, com citações a Mortal Kombat, Street Fighter, Rocky, entre outros.

O enredo é simples, mas extremamente eficaz, apresentando um personagem novo aos cinemas da maneira ideal. Mesmo que você nunca tenha ouvido falar de Shazam, vai entender sua história e saber como foi exatamente a origem do herói. Se já conhece por outro lado, as HQs principalmente, vai visualizar os quadrinhos se tornando realidade.

(Imagem: Divulgação/Warner Bros.)

O vilão, Doutor Silvana (Mark Strong), é surpreendentemente bem construído e encaixado na história. E consegue ser extremamente amedrontador em muitas cenas, proporcionando boas cenas de luta com Shazam, lembrando muito as de “Homem de Aço” e “Batman Vs Superman”, principalmente quando as batalhas são no ar.

Aliás, nas gravações muito se falava sobre lutas extremamente coreografadas, pelo que tínhamos visto nos bastidores, mas felizmente não é o que acontece no filme. As batalhas são extremamente convincentes e capaz de prender a atenção do público, dando até um gostinho de quero mais, já que ao fim filme temos um Shazam mais maduro e consciente do seus poderes, instigando aquele desejo no público de colocá-lo frente a frente com um vilão poderoso como o Adão Negro, por exemplo. Shazam é a fórmula, a receita, o caminho do sucesso que a DC devia ter iniciado há décadas atrás para apresentar seus personagens.

 

É um filme que não precisa ser exagerado, com um enredo de deixar todos boquiabertos, mas que sabe como agradar o público com bom humor e um roteiro, que por mais simples que seja, entrega de forma efetiva a construção perfeita de um personagem.

Com Aquaman e agora Shazam!, a DC mostra força para quem sabe se colocar nos trilhos e em poucos anos brigar novamente pelo topo com a Marvel. Que assim seja!!!!