Renomada pianista Clara Sverner se apresenta na Catedral da Sé neste sábado (19/10)
Dando continuidade ao “Projeto Cem Anos da Cripta da Catedral da Sé”, lançando em julho/2019, na cripta da Catedral, atualmente com mais de 1.500 espectadores, a programação continua todos os sábados, gratuitamente. No próximo dia 19 de outubro, (sábado), às 16h, na Cripta da Catedral da Sé, acontece o recital inédito da pianista Clara Sverner que aborda a transição São Paulo do século XIX à Semana da Arte Moderna de 1922.
O que liga a construção da Catedral da Sé à Semana de Arte Moderna de 1922?
O recital da premiada pianista Clara Sverner abordará o tema, executando composições nacionais e internacionais de um período que marca a transição de São Paulo de uma cidade média para a maior metrópole do Hemisfério Sul.
No programa, peças de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Glauco Velazques, Claude Debussy e Heitor Vila Lobos.
Na década de 1910, sob o pretexto de adaptação para a população crescente, a prefeitura iniciou trabalhos de reconfiguração da região central. Com isso, o Largo da Sé foi ampliado em quatro vezes, dando lugar à atual Praça da Sé. No processo, foram demolidos quarteirões de edifícios, incluído a Velha Sé (como era conhecida a antiga Catedral).
São Paulo tornava-se uma cidade industrializada, e sua vida cultural começava a influir no Brasil. Marco desse processo foi a realização da Semana de Arte Moderna de 1922. Na época, Guiomar Novaes, então com 28 anos, já era a mais célebre pianista do país. Com isso, foi convidada pelos organizadores da Semana para apresentar-se no evento (contribuindo para a divulgação e presença de público).
O repertório de Clara Sverner faz referências a esse momento histórico, com peças ligadas à atuação de Guiomar Novaes. “Guiomar foi aluna de Fúrio Franceschini, que era o mestre de capela responsável pela música na Catedral da Sé à época. Ele também era amigo de Mário de Andrade e Oswald de Andrade. O pai de Oswald de Andrade, inclusive, foi um dos financiadores da construção da nova Catedral da Sé”, afirma Camilo Cassoli, diretor geral da Série de Concertos 100 Anos da Cripta da Catedral da Sé.
Sobre Fúrio Franceschini, Mário de Andrade declarou à época tratar-se de “incontestavelmente um dos homens que mais conhecem música no Brasil”.
Os concertos acontecem aos sábados, às 16 horas, e serão todos gratuitos. Todos terão em média uma hora de duração, com transmissão ao vivo pela internet. A programação irá até Março de 2020. A programação da série, conteúdos exclusivos e a íntegra dos concertos já realizados poderão ser acessadas nas redes do projeto: instagram/concertoscripta,