Ratched | Crítica
No final do mês de setembro a Netflix nos presenteou com mais uma bela obra de Ryan Murphy, que tem se dedicado intensamente as suas produções junto ao streaming.
Ratched da é o “prelúdio” do conceituado filme dos anos 70 “Um estranho no ninho”. Na série acompanhamos a sádica e misteriosa enfermeira Mildred Ratched (Sarah Paulson), e como ela chegou ao fatídico hospital psiquiátrico, conhecendo sua história e entendendo melhor que seu interesse no serviço é muito maior do que se imagina.
Sem dúvida alguma, a série merece diversos destaques, seja ela em quesitos técnicos quanto ao trabalho belíssimo do elenco. A obra exala todos os tons e particularidades de Ryan Murphy, cenários megalomaníacos e ricos em aspectos dos anos 40, os pequenos detalhes em objetos e decorações em cena que trazem uma imersão ainda maior e agradável aos olhos pelo glamour.
O figurino e maquiagem impecável, ousando nas cores e nos tons que se moldam ao enredo, a utilização da mudança luz ambiente ao neon em momentos mais tensos foi uma sacada muito bem articulada, sendo difícil de ignorar ou passar despercebido.
Entretanto, sabe quando vislumbramos algo que parece que já foi visto, e não digo por ser um prelúdio de um filme clássico, e sim a algumas abordagens e a narrativa, é inevitável não identificar determinadas reviravoltas e ideias, recicladas e já utilizadas em American Horror Story (que também tem Murphy como criador), o que não há problema algum, mas como fã dos trabalhos do diretor, realmente esperei por algo a mais, que trouxesse uma visão diferente de terror, um atrevimento mais intenso, já que a obra original foi tão bem aclamada em seu tempo.
Algo interessante a citar, é a bagagem dramática que foi entregue ao elenco, contando com nomes já bem conhecidos do público, mas sem receio de exagerar no teor mórbido para cada um. Aquela duplicidade de drama e #terror foi incumbida desde de um personagem mais secundário, até aos protagonistas, sem esquecer da complexa visão em tentar descobrir quem é o mocinho e quem é o vilão afinal. Os excessos se fazem presentes, mas bem calculados entre os episódios que fazem arrepiar com o teor pesado com o qual somos apresentados.
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#Ratched vale à pena! É uma super produção e lhe prende bem a todo momento, um “fanservice” aos admiradores de terror e aos fãs de Sarah Paulson, que mais uma vez entregou um show de atuação. Tem suas ressalvas que poderiam ter sido melhor desenvolvidas, mas nos resta aguardar por melhorias numa possível segunda temporada (sim, o final deu margem para mais conteúdo futuro).