Frankie | Crítica

Frankie | Crítica

“Frankie”, dirigido por Ira Sachs e estrelado por Isabelle Huppert e grande elenco retrata um dia na vida de uma família de férias em Portugal que está enfrentando algo bastante traumático. Com as participações de Marisa Tomei (Homem-Aranha De Volta Ao Lar) e Brendan Gleeson (Harry Potter e o Cálice de Fogo), como grande amiga e marido – respectivamente – da famosa atriz Françoise Crémont (Frankie é seu apelido íntimo), a família da atriz tenta curtir o dia na linda cidade portuguesa enquanto enfrentam a realidade de que Frankie tem poucos meses de vida.

Os pontos fortes do filme com certeza são as performances de todo o elenco assim como os diálogos que eles entregam com tanta naturalidade ao mesmo tempo em que são muito informativos (o roteiro também precisa ser elogiado nessa instância). Sem contexto nenhum, apenas pelas interações entre os personagens e o desenrolar daquele dia, os segredos vão se revelando e o interesse pela trama vai aumentando.

Apesar dos personagens serem envolventes, o filme pode parecer lento, deixando aquela sensação de “não estar acontecendo nada” pra alguém mais acostumado com filmes que tem um ritmo mais acelerado (a maioria dos longas em cartaz atualmente tem um passo mais frenético). Tecnicamente, há vários aspectos dignos de nota: é bem dirigido e a fotografia é linda – quadros em que a câmera fica parada enquanto os personagens se movimentam pela deslumbrante paisagem ganham destaque.

O local que escolheram para as gravações é de tirar o fôlego e as cores são vibrantes tanto no ambiente quanto no figurino dos personagens. Curiosamente, percebe-se que apesar da beleza ao redor, relacionamentos estão desmoronando, traumas estão sendo relembrados e o fantasma da morte está sempre ao redor (metaforicamente falando, é claro).

A exploração dos relacionamentos familiares é suficientemente interessante, mas acaba muitas vezes ficando num nível superficial. Deixa a sensação de um potencial desperdiçado principalmente pela excepcionalidade do elenco e a capacidade de exploração que vários temas no filme apresentam (doença terminal, questões sobre a fama, casamento, divórcio e tantos outros). Mesmo sendo competente e muitas vezes deslumbrante, o filme de Ira Sachs deixa a desejar na verdadeira investigação dos temas que ele mesmo se propôs a tratar. Ainda assim, o elenco consegue entregar as emoções necessárias para “Frankie” ser uma experiência agradável e cativante no cinema.

O filme distribuído pela Paris Filmes estreia nesta quinta-feira (20/02) nos cinemas.