Exibido na Mostra de SP, “Wasp Network” perde a oportunidade de ser uma obra-prima | Leia a crítica
Presente na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, “Wasp Network” é enfadonho e esquecível. Uma triste notícia para quem esperava algo bem-feito do filme dirigido por Olivier Assayas e protagonizado por Penélope Cruz e uma série de outros nomes fortes do cinema.
“Wasp Network“, adaptação do livro “Os Últimos Soldados da Guerra Fria“, uma obra-prima do autor Fernando Morais, traz a história de um grupo de cubanos que decide fugir da ilha comandada por Fidel Castro, na década de 90, para trabalhar nos Estados Unidos na contrarrevolução (Pessoas que se arriscam para tirar os comunistas do poder).
O diretor, ao invés de focar na trama dos cubanos desertores interpretados por Wagner Moura, Edgar Ramírez e Gael García Bernal, decide expandir a história e falar sobre as esposas, namoradas e filhos. O que já era um conteúdo extenso e complexo por natureza se torna desnecessário e impossível de se retratar em uma tela de cinema.
“Wasp Network” é uma bagunça. A edição, feita por Simon Jacket é um amontado de cenas e transições mal-feitas. Perdi as contas de quantos erros de sequência existiam ali. Faltou planejamento do diretor para contar uma história tão importante. O filme não anda, não sai do lugar. As histórias se esbarram o tempo todo e seus personagens não têm tempo para criar vínculos.
Wagner Moura, apesar de estar excelente, se perde na história rapidamente. No filme falta algo para o público sentir, se emocionar.
Tudo no filme parece um documentário incompleto e a empatia que ele deveria ter, não existe. E ainda levanto aqui mais uma questão: Para que tanto elenco em tão pouca história? Com certeza tudo isso seria muito melhor se existisse qualidade e autenticidade.