Um dos principais festivais de cinema contemporâneo do país, a “Semana” chega à sua 9ª edição

Um dos principais festivais de cinema contemporâneo do país, a “Semana” chega à sua 9ª edição

Voltada para a exibição e discussão da produção brasileira contemporânea de curta, média e longa metragem, a Semana (que até o ano passado se chamava Semana dos Realizadores) chega à sua 9ª edição de 16 a 22 de novembro, no Espaço Itaú de Cinema, em Botafogo, no Rio de Janeiro.

O festival conta este ano com 56 produções de vários estados brasileiros, que serão exibidas na mostra competitiva e em sessões especiais, além de duas mostras convidadas compostas por filmes nacionais e internacionais, vindos de países como Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, França e Alemanha. Este ano, o evento recebeu inscrições de 132 longas-metragens e 760 curtas-metragens, um aumento de 30% no total de filmes em relação ao ano passado. O evento é produzido pela Jurubeba Produções e tem patrocínio da RioFilme e da SEC-RJ.

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“Era uma vez Brasília”, de Adirley Queirós (Reprodução)

Diferentemente dos anos anteriores, a Semana começa esta edição com um dia inteiro de sessões de abertura, todas gratuitas. A programação começa às 17h, com o curta O Golpe em 50 cortes ou o corte em 50 golpes, de Lucas Campolina, e o longa Escolas em luta, de Eduardo Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tambelli. Às 19h30, a Semana apresenta uma sessão especial Irmãos Carvalho, com a exibição de dois curtas (dentre eles Chico, prêmio de melhor direção no último Festival de Brasília) da dupla do Morro do Salgueiro. Às 21h, é a vez do premiado Arábia, de Affonso Uchôa e João Dumans (Minas Gerais), um dos mais celebrados e aguardados filmes do ano. O longa, que acompanha a trajetória de um trabalhador marginalizado, foi o vencedor da 50ª edição do Festival de Brasília e destaque em festivais como Roterdã e New Films/ New Directors, em Nova Iorque.

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“Café com Canela”, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (Reprodução)

Para a mostra competitiva, foram selecionados 16 filmes, entre eles Café com Canela, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (Bahia), vencedor do prêmio de melhor filme do júri popular do Festival de Brasília; Antônio um dois três (Ceará), primeiro longa de Leonardo Mouramateus, que chega ao Rio depois de participar de festivais importantes como o de Roterdã, IndieLisboa e CPH:PIX; Era uma vez Brasília, de Adirley Queirós, que recebeu o prêmio de melhor direção no Festival de Brasília; Pazucus: a ilha do desarrego, um provocante exemplar do terror catarinense; e Resiliência, novo curta do artista visual Marcellvs L., que terá sua première internacional. O longa 66Kinos, do alemão Philipp Hartmann, faz sua estreia carioca no encerramento do evento. O diretor participará ainda do júri oficial da Semana, ao lado da cineasta Paula Gaitán e da atriz Mariana Nunes.

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“66Kinos”, do alemão Philipp Hartmann (Reprodução)

“Fazer uma seleção de menos de 40 filmes, recebendo mais de 750 curtas e 130 longas, não é tarefa simples. Mas neste ano, penso que a dificuldade foi bem além das questões numéricas. Enquanto o país está em convulsão, aturdido pelos golpes que se sucedem, o cinema pulsa forte. Várias questões fundamentais têm pautado discussões acaloradas na área e a Semana não pode se furtar a participar, como festival que busca não apenas exibir, mas propor reflexões sobre o cinema brasileiro contemporâneo”, declara Daniel Queiroz, programador da Semana. “Quero acreditar que o recorte realizado para a programação da 9a edição do festival aponta para caminhos bem particulares e interessantes. O mundo parece enfermo, mas o cinema está bem vivo!”

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“Paris est une fête – Un filme en 18 vagues”, do diretor Sylvain George (Reprodução)

A 9ª Semana apresenta ainda duas mostras de curadores convidados. O crítico e curador Victor Guimarães propõe uma mostra de filmes contemporâneos internacionais, na qual estão reunidas produções como Paris est une fête – Un filme en 18 vagues, do diretor Sylvain George, que acompanha adolescentes estrangeiros em seus percursos pelas ruas da capital francesa após os atentados na cidade desde o final de 2015. Também foram selecionadas obras do argentino Eduardo Williams, do galês Scott Barley, da americana Deborah Stratman e da espanhola radicada nos Estados Unidos, Monica Savirón.

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“Cais do corpo”, de Virginia de Medeiros (Reprodução)

A curadora e pesquisadora Patrícia Mourão apresenta, pela segunda vez na Semana, uma sessão que busca trabalhar com o deslocamento de obras das salas de galerias e museus para a tela do cinema. Em sua seleção, estão obras como Cais do corpo, de Virginia de Medeiros (RJ); Rio de Janeiro, de Luiz Roque (SP) e Superquadra-Sací, de Cristiano Lenhardt (PE).

A cerimônia de premiação será realizada dia 22, às 21h, no Espaço Itaú de Cinema. O júri oficial é formado pela atriz brasiliense Mariana Nunes, pela artista visual, fotógrafa, poeta e cineasta Paula Gaitán e pelo cineasta Philipp Hartmann.

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Veja a lista completa dos filmes selecionados abaixo:

 

MOSTRA COMPETITIVA

– Antônio um dois três dir. Leonardo Mouramateus, 96 min, 2017, CE – 16 anos

– Ava Yvy Vera – A terra do povo do raio, dir. Genito Gomes, Valmir Gonçalves Cabreira, Jhonn Nara Gomes, Jhonatan Gomes, Edina Ximenez, Dulcídio Gomes, Sarah Brites, Joilson Brites, 52 min, 2016, MG – Livre

– Baronesa, dir. Juliana Antunes, 73 min, 2017, MG – 16 anos

– Café com canela, dir. Ary Rosa e Glenda Nicácio, 102 min, 2017, BA – Livre

– Era uma vez Brasília, dir. Adirley Queirós, 100 min, 2017, DF – 14 anos

– Histórias que nosso cinema (não) contava, dir. Fernanda pessoa, 79 min, 2017, SP – 16 anos

– Música para quando as luzes se apagam, dir. Ismael Caneppele, 70 min, 2017, RS – 14 anos

– Não há foz não há nascente, dir. Valentina Homem, 19 min, 2017, RJ – 16 anos

– Operações de garantia da lei e da ordem, dir. Julia Murat, 83 min, 2017, RJ – 14 anos

– Pazucus: a ilha do desarrego, dir. Gurcius Gewdner, 110 min, 2017, SC – 18 anos

– O peixe, dir. Jonathas de Andrade, 23 min, 2017, PE – Livre

– Poesia na guerra, dir. Fernando Salinas, 2 min, 2017, RJ – Livre

– Real Conquista, dir. Fabiana Assis, 14 min, 2017, GO – 14 anos

– Resiliência, dir. Marcellvs, 24 min, 2017, Brasil/Islândia – Livre

– Travessia, dir. Safira Moreira, 5 min, 2017, RJ – Livre

– Vai e vem, dir. Louise Botkay, 31 min, 2017, RJ – Livre

 

SESSÕES ESPECIAIS

. 66Kinos, dir. Philipp Hartmann, 98 min, 2016, Alemanha – 12 anos

. Ano passado eu morri, dir. Rodrigo de Oliveira, 25 min, 2017, ES – 12 anos

. Arábia, dir. Affonso Uchôa e João Dumans, 96 min, 2017, MG – 16 anos

. Ausência de memória, dir. Rita Piffer, 12 min, 2017, RJ – Livre

. The Beast, dir. Michael Wahrmann e Samantha Nell, 23 min, 2017, SP – Livre

. Boa noite, Charles, dir. Irmãos Carvalho, 19 min, 2016, RJ – 12 anos

. Chico, dir. Irmãos Carvalho, 22 min, 2016, RJ – 12 anos

. Escolas em luta, dir. Eduardo Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tambelli, 76 min, 2017, SP – Livre

. Eu sou o Rio, dir. Anne e Gabraz, 75 min, 2017, RJ – 16 anos

. Festejo muito pessoal, dir Carlos Adriano, 9 min, 2017, SP – Livre

. O Golpe em 50 cortes ou a corte em 50 golpes, dir. Lucas Campolina, 9 min, 2017, MG – Livre

. Inocentes, dir. Douglas Soares, 18 min, 2017, RJ – 16 anos

. Jacarepaguá, dir. Maria Ganem, 5 min, 2017, RJ – Livre

. Landscape, dir. Luiz Rosemberg Filho, 16 min, 2017, RJ – 18 anos

. Latifúndio, dir. Érica Sarmet, 12 min, 2017, RJ – 18 anos

. Ligia, dir. Nuno Ramos, 2017, SP – Livre

. Mamata, dir. Marcus Curvelo, 30 min, 2017, BA – 12 anos

. Mehr Licht!, dir. Mariana Kaufman, 11 min, 2017, RJ – 12 anos

. A moça do calendário, dir. Helena Ignez, 86 min, 2017, SP – 12 anos

. O olho do cão, dir. Samuel Lobo, 20 min, 2017, RJ – 12 anos

. A passagem do cometa, dir. Juliana Rojas, 19 min, 2017, SP – 12 anos

– Vando vulgo vedita, dir. Andréia Pires e Leonardo Mouramateus, 20 min, 2017, CE – 16 anos

 

CURADORIAS CONVIDADAS

 

ANACRONIAS

por Victor Guimarães

 

– Paris est une fête – un film en 18 vagues, dir. Sylvain George, 95 min, 2017, França – 14 anos

– Broken Tongue, dir. Monica Savirón, 3 min, 2013, Alemanha/EUA – Livre

– Answer Print, dir. Monica Savirón, 5 min, 2013, Alemanha/EUA – Livre

– Second Sighted, dir. Deborah Stratman, 5 min, EUA – Livre

– The Illinois Parables, dir. Deborah Stratman, 60 min, EUA – Livre

– Tan atentos, dir. Eduardo Williams, 8 min, 2011, Argentina – 14 anos

– Pude ver un puma, dir. Eduardo Williams, 18 min, 2011, Argentina – 14 anos

– El ruido de las estrellas me aturde, dir. Eduardo Williams, 20 min, 2012, Argentina – 14 anos

– Que je tombe tout les temps?, dir. Eduardo Williams, 20 min, 2012, Argentina – 14 anos

– J’ai oublié!, dir. Eduardo Williams, 28 min, 2013, Argentina – 14 anos

– Sleep has her house, dir. Scoot Barley, 90 min, 2016, Reino Unido – Livre

 

 

 

NÃO ACREDITO EM NENHUM DEUS QUE NÃO SAIBA DANÇAR

Por Patricia Mourão

 

– Cais do corpo, dir. Virginia de Medeiros, 7 min, 2015, RJ – 16 anos

– Rio de Janeiro, dir. Luiz Roque, 5 min, 2016, SP – 14 anos

– Superquadra-Sací, dir. Cristiano Lenhardt, 10 min, 2015, PE – 14 anos

– Teta lírica, dir. Marie Canrangi, 5 min, 2016, PE – 14 anos

– Faz que vai, dir. Bárbara Wagner e Benjamin Burca, 12 min, 2016, PE – Livre

– Funk Staden, dir. Dias & Riedweg, 14 min, 2007, Alemanha/Brasil – 14 anos

– Archichroma (new Romanticism to somber times), dir. Pedro França, 17 min, 2017, SP – Livre

 

Semana

A Semana foi criada em 2009, com o nome Semana dos Realizadores, tendo o objetivo de dar mais espaço aos filmes de uma nova geração de realizadores brasileiros, com a organização de exibições e debates. Hoje a Semana aposta em obras que estejam em sintonia com questões contemporâneas, que provoquem discussões sociais, políticas e estéticas, e também se arrisquem na linguagem cinematográfica. Em todas as suas edições, o evento já exibiu mais de 320 filmes, de cerca de 22 estados brasileiros.

 

Programação por dia:

Dia 16 (quinta-feira):

17h: O golpe em 50 cortes (9′) e Escolas em luta (76′)

19h30: Sessão Irmãos Carvalho: Boa noite, Charles (19’) e Chico (23’)

21h: Lígia (5’) e Arábia (96’)

 

Dia 17 (sexta-feira):

17h: Mostra Anacronias: Tan atentos (8’), Pude ver un puma (18’), El ruido de las estrellas me aturde (20’), Que je tombe tout les temps? (20’) e J’ai oublié! (28’).

19h: Não há foz não há nascente (18’) e Baronesa (73’).

21h30: Real Conquista (14’) e Operações de garantia da lei e da ordem (83’).

 

Dia 18 (sábado):

17h: Mostra Não acredito em nenhum Deus que não saiba dançar: Cais do corpo (7’), Rio de Janeiro (5’), Superquadra-Sací (10’), Teta lírica (5’), Faz que vai (12’), Funk Staden (14’) e Archichroma (New Romanticism To Somber Times) (17’).

19h: Festejo muito pessoal (8´), Vai e vem (31’) e Ava Yvy Vera – A terra do povo do raio (52’).

21h30: Poesia na guerra (3’) e Era uma vez Brasília (100’).

23h59: Mostra Anacronias, com Paris est une fête – Un filme n 18 vagues  (95’).

 

Dia 19 (domingo):

17h: Ausência de memória (12’), Jacarepaguá (5’), Inocentes (18’), O olho do cão (20’) e Latifúndio (12’).

19h: Resiliência (24’) e Música para quando as luzes se apagam (70’).

21h15: Travessia (5’) e Café com Canela (100’).

 

Dia 20 (segunda-feira):

17h: Mostra Anacronias: Broken tongue (3’), Answer print (5’), Second Sighted (5’) e The Illinois Parables (60’).

19h: O peixe (23’) e Histórias que nosso cinema (não) contava (80’)

21h30: Pazucus: a ilha do desarrego (110’)

 

Dia 21 (terça-feira):

17h: Mostra Anacronias: Sleep has her house (90’)

19h: Vando vulgo vedita (20’) e Antônio um dois três (96’)

21h30: Landscape (16’) e A moça do calendário (86’)

 

Dia 22 (quarta-feira):

17h: Ano passado eu morri (25’), A passagem do cometa (19’), The beast (24’) e Mamata (29’).

19h: Mehr Licht! (11’) e Eu sou o Rio (78’)

21h: 66Kinos (98’) e cerimônia de premiação

 

 

9ª Semana – Festival de Cinema

De 16 a 22 de novembro de 2017

Espaço Itaú de Cinema – Sala 4 – Rio de Janeiro

Praia de Botafogo, 316 – Botafogo (2559-8751)

Ingressos: R$ 6 (meia-entrada) e R$ 12. No dia 16, todas as sessões são gratuitas.

www.semana.art.br

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