Após premiações em Cannes, “Gabriel e a Montanha” estreia em 82 salas no Brasil

Após premiações em Cannes, “Gabriel e a Montanha” estreia em 82 salas no Brasil

Premiado na Semana da Crítica do Festival de Cannes e parte da programação do Festival do Rio e da Mostra de SP, o longa-metragem “Gabriel e a Montanha”, de Fellipe Barbosa, chegou em 82 salas de cinema espalhadas por 35 cidades do Brasil. O filme recria a viagem do economista Gabriel Buchmann pela África, aventura que terminou com a morte do carioca em uma montanha no Maláui. A coprodução entre Brasil e França foi rodada em quatro países do continente africano: Quênia, Tanzânia, Zambia e Maláui.

Entre as cidades estão Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Fortaleza, João Pessoa, São Luiz, Maceió, Natal, Belém, Manaus, Teresina, Macapá, Blumenau, Vila Velha, Pelotas, Londrina, Maringá, Santos, Osasco, Guarulhos, Barueri, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Granja Vianna, Jundiaí, Campinas, Araçatuba, Botucatu e Niterói. Em Recife, o longa estreia na semana seguinte, dia 9, após a participação na Janela Internacional de Cinema, com exibição acompanhada de debate no sábado, dia 4, às 20h, no Cinema São Luiz.

Em maio, “Gabriel e a Montanha”, uma coprodução da TvZERO, Gamarosa Filmes e Damned Films, recebeu dois prêmios no Festival de Cannes. Na prestigiada Semana da Crítica do evento, foi honrada com um prêmio de revelação, entregue ao diretor Fellipe Barbosa, e um de distribuição, que ajudou a alavancar a estreia, em agosto, na França, onde o filme superou a marca dos 80 mil espectadores.

“Na França, a crítica foi incrível a partir de Cannes. Após sete semanas em cartaz, passamos dos 80 mil espectadores, o que é lindo para um filme brasileiro desse tamanho. Creio que o filme chega com força suficiente para passar a França no Brasil”, afirma Barbosa.

Gabriel Buchmann viajou para a África com o objetivo de analisar de perto a pobreza e se preparar para um doutorado em políticas públicas na Universidade da Califórnia. O carioca morreu de hipotermia, em 2009, após decidir subir o Monte Mulanje, pico mais alto do Maláui, com mais de três mil metros de altitude, sem a companhia de um guia. Seu corpo foi encontrado 19 dias depois na subida da montanha. O longa tem roteiro baseado em anotações, e-mails de Gabriel para a mãe e a namorada e entrevistas com pessoas que cruzaram seu caminho na África.

Ao longo da viagem, Gabriel aventura-se por outras subidas difíceis, como o Kilimanjaro, ponto mais alto do continente africano. Ele também recebe a visita de sua namorada, Cris (Caroline Abras), que estava na África do Sul participando de um seminário sobre economia.

Recepção positiva na França

A imprensa francesa foi bastante elogiosa ao filme “Gabriel e a Montanha” após a estreia por lá. O tradicional Le Monde entendeu que “o grande mérito de Fellipe Barbosa é de saber aliar a compreensão intelectual ao gesto de compaixão por seu amigo falecido que o filme encarna”. A revista Positif avaliou que o longa-metragem “se distingue pela inteligência do seu roteiro”, enquanto o L’Express reforçou que “Barbosa reconstitui magistralmente uma viagem emocionante rumo à morte”. Trata-se de “uma homenagem perturbadora e sincera ao amigo desaparecido”, nas palavras do Cahiers du Cinéma. Já a revista Les Inrockuptibles escreveu que “a imagem do jovem homem cujo corpo se confunde pouco a pouco com a natureza é de uma incrível poesia”.

SINOPSE

Antes de entrar para uma Universidade americana de prestígio, Gabriel Buchmann decide viajar o mundo por um ano, carregado de sonhos. Depois de dez meses na estrada, ele chega ao Quênia determinado a descobrir o continente africano. Até chegar ao topo do Monte Mulanje, seu último destino.